quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Preciso...

Preciso não precisar...

Eu preciso do que não sei precisar... Que aconteça apenas!

Esta coisa de preciso me fez lembrar um trecho de um livro do Roberto Freire que li faz muitos anos. Estou certa que muito de vocês conhecem este livro, o título é bem sugestivo: Ame e dê Vexame.

Tem um trecho do livro, que Roberto Freire intitula de declaração anarquista do amor, e diz assim:

Porque eu te amo, tu não precisas de mim. Porque tu me amas, eu não preciso de ti. No amor, jamais nos deixamos de completar. Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessários.
O amor é tanto, não quanto. Amar é enquanto, portanto. Ponto.

Creio que tinha 17 anos quando li este livro, achava o máximo! Neste mesmo livro tem um texto chamado: Quem tem medo de ser Cléo e Daniel. Cheguei estudar este texto com meu amigo Xisto Alessandro Bueno com o intuito de fazermos uma peça que seria apresentada para a minha turma de Psicologia da UNIC. Mas acabamos abandonando o projeto por um motivo que me foge agora, né Diplomata?

Enfim, resgatando a declaração anarquista do amor, percebo que a trago comigo até os dias de hoje. Não creio neste negócio de tampa da panela, chinelo velho pra pé cansado, metade da laranja... estas coisas.

Creio que somos completos, não falta nada em nós, somos inteiros! A pessoa que amamos ou iremos amar um dia, vai compartilhar a vida conosco e não ficar tapando buracos.

Sua felicidade é algo que você mesmo deve cuidar... Num tempo onde falamos o tempo todo em SUSTENTABILIDADE ser AUTO SUSTENTÁVEL é condição sine qua non... 

Precisa imprecisão... 

Ser deliciosamente desnecessária.... sem precisar ser precisa!  Eu Indico!

Beijos!

Daniela Carvalho


6 comentários:

Xisto Bueno disse...

Dani, mais uma vez concordo com vc. O que não significa que concordemos sempre, mas sim que temos uns pontos de vista em comum. (rs)
Pois bem, concordo que não temos que nos completar no outro. Não gosto sequer da ideia de que minha felicidade esteja em outro lugar que não em mim. Quero ser feliz comigo e, assim, fazer feliz quem estiver comigo. Se eu não for feliz, a culpa é só minha.
Pensando assim, não acho que haja "metades de laranjas". Acredito na união de "completudes" para algo maior, e não de "complementos" para que se seja inteiro.
Quanto ao nosso trabalho inacabado, vou te lembrar o que houve: você resolveu não fazer. Parece que passou do prazo...
Beijinho, Dani.
Xis.

Daniela Vila Nova de Carvalho disse...

Sim Diplomata Bueno... nós temos! E o ponto de vista de não deixar sua própria felicidade nas mãos de outra pessoa e de sermos responsáveis por nossa felicidade, temos em comum também.
Gostei muito da união das "completudes"... este é o ponto, o pulo do gato, o "deliciosamente desnecessários".
Para muitos o desnecessário soa como desprezo, mas é totalmente o oposto neste caso, aqui é um privilégio ou uma valorização demasiada do outro, pois mesmo sendo desnecessário o seu desejo é compartilhar a vida com ele(a).
É... o prazo do trabalho passou, mas sou feliz que tê-lo como amigo não passa... rsrs!

Amei sua visita aqui!

Beijo Diplomata!

Andre Martin disse...

"Breathe, breathe in the air
Don't be afraid to care
Leave, but don't leave me
Look around
Choose your own ground

Long you live and high you fly
And smiles you'll give and tears you'll cry
And all you touch and all you see
Is all your life will ever be"

(Pink Floyd - Breathe)

Creio que somos imperfeitos, aprendizes (ou não), aprendemos sozinhos, mas não queremos aprender sozinhos.

Tem buracos que querem ser tapados. E tem homens querendo tapar esses buracos. (genericamente falando rsrs)

Acho que estamos mais para queijos suíços do que para esfera perfeita.

Nada de inteiros. Aliás, a maioria se "desfacela" nas desilusões, frustrações, fracassos, desencantos, dificuldades maiores.

Só os fortes conseguem juntar-se de novo, e refazer-se, dos cacos ao pó.

Ale disse...

li esse trecho a tempo, e concordo plenamente com ele, porque é feito de liberdades

Daniela Vila Nova de Carvalho disse...

Alê,

Isto mesmo! E liberdade exige responsabilidade... Embora muita gente não entenda isto!

Beijo e excelente restinho de semana!

Daniela Vila Nova de Carvalho disse...

Dré,

Linda canção! Concordo com você quando diz que não somos perfeitos. Quando falo de ser completo, não me refiro a perfeição, somos completos imperfeitos e os buracos ou vazios fazem parte da imperfeição ou a são!
As desilusões, imperfeições... deixam marcas, mas não nos tornam incompletos!

Beijocas!